Campeonatos de sumô “explicam” a modalidade no país
Modalidade é praticada majoritariamente por “não-japoneses” no país; Brasil sagrou-se campeão sul-americano na maioria das categorias.

Olívio dirige o local que recebeu mais de 300 garotos, garotas, homens e mulheres de todas as idades e de vários estados do Brasil para a disputa do 51º Campeonato Brasileiro de Sumô, organizado em parceria pela Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação de São Paulo, Federação Paulista de Sumô e Confederação Brasileira de Sumô.

Além dos mais diversos “tipos” e fisionomias de brasileiros, o local também recebeu visitas internacionais. Sumotoris da Venezuela, Paraguai e Argentina também visitaram o país para a disputa do 17º Campeonato Sul-Americano de Sumô, que aconteceu no mesmo final de semana. As venezuelanas Ofelia Barrios e Yaseny Castillo assistiam às lutas dos brasileiros, aparentemente impressionadas com o que viam. Faz apenas três meses que ambas começaram a praticar sumô em Maracay, pequenino povoado na região central do país. “Nós estamos aqui também para aprender. Não temos nada parecido com isso na Venezuela e praticamos há pouco tempo. E o Brasil tem muito mais japoneses. Mesmo que eles não pratiquem, isso influencia o jeito de fazer sumô e possibilita espaços como este”, avalia Ofelia, rosto meio caboclo, meio indígena. Nenhum pouco japonesa.

“O sumô é um esporte mais praticado por tradição, então é natural que ele nasça influenciado por colônias”, explica Cláudia Moura, diretora técnica da SEEL (Secretaria Estadual de Esporte e Lazer) do Pará. “Em nosso Estado, por exemplo, existem praticantes de Santa Isabel do Pará e Tomé-Açú, cidades em que a presença japonesa é grande”, completa.
Antes de ir embora, uma passadinha rápida no Estádio de Beisebol Mie Nishi, outro espaço que compõe o Conjunto. Lá, a história é diferente. Não se encontram “ocidentais” por lá e é possível até ouvir conversas no idioma japonês. Parece que as teorias de Olívio estavam corretas.
Brasil é o melhor da América do Sul
Os brasileiros Namerson Tibúrcio, na categoria leve, Ricardo Aoyama, na categoria médio e Mário Frabetti, na categoria Absoluto sagraram-se os melhores lutadores da América do Sul na disputa do último final de semana. O Brasil só foi superado na categoria Pesado, em que o argentino Juan Castro ficou à frente dos brasileiros Sérgio Gomes e Takahiro Higuchi. Na pontuação geral, o Brasil ficou com 46 pontos, muito à frente da Argentina, segunda colocada com 13 pontos. A Venezuela atingiu 5 e o Paraguai 4 pontos, respectivamente.
Na disputa feminina, o Brasil foi campeão graças ao acumulo de pontos individuais. Foram 31 contra 26 da vice-campeão Venezuela. Nas disputas diretas, por entanto, a vantagem ficou com os nossos vizinhos de Caracas. Ofelia Barros, categoria médio, Maria Cedeño, nas categorias pesado e absoluto, venceram suas lutas e são as melhores da América do Sul. O Brasil só se deu bem na categoria leve, com a vitória de Luciana Watanabe.