quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O ESCÂNDALO DOS LUTADORES RUSSOS

Hoje perguntaram para mim se eu não escreveria sobre o maior escândalo do ano no mundo do Sumo profissional. Para falar a verdade, a intenção era não falar nada, pois se trata de algo bastante horrível, mas a minha mania de ficar metendo o bedelho em tudo falou mais alto e resolvi falar!

Bom, para os que não sabem ainda o que aconteceu, um breve relato dos fatos:



Em agosto deste ano lutador de origem russa, Wakanoho (do Magaki beya) foi preso por suspeita de porte e uso de substância entorpecente e foi expulso do Sumo profissional. A polícia encontrou cachimbos e papelotes em seu quarto que seriam utilizados para o consumo de maconha. Declarou então que costumava utilizar da droga desde os 15 anos e costumava usá-la em suas voltas à terra natal.




E não parou por aí. O Nippon Sumo Kyokai - NSK - resolveu então fazer testes surpresa nos lutadores para descobrir se haviam mais usuários de drogas. Dois exames deram positivo. Depois de testes realizados por importantes laboratórios do país, ficou provado que mais dois Sekitori russos haviam consumido a droga; os irmãos Hakurozan e Roho. O primeiro é lutador do Kitanoumi beya, ou seja, do atual presidente do NSK.




A princípio, Kitanoumi defendeu os dois lutadores, pois eles afirmavam veementemente ser inocentes. Entretanto, devido aos exames positivos e às declarações admitindo o consumo da droga, mudou de opinião. Assumiu a responsabilidade para si e renunciou ao cargo que assumira em 2002. Sua gestão foi marcada por muitos escândalos, como a morte do lutador do Tokitsukaze beya e as mentiras criadas pelo Yokozuna Asashoryu.

A imagem da puridade do Sumo foi manchada de forma sem precedentes. Nunca um lutador profissional foi preso e expulso por conta de crime tão mundano e ralé. Ainda mais três! E o pior mesmo é que eram Sekitori!

Saldo do escândalo:

1 - Kitanoumi renuncia ao cargo de presidente da NSK;

2 - Três sekitori são expulsos do Oozumo;

3 - A imagem do Sumo foi arranhada para sempre.

Outras questões surgiram: a primeira, diz respeito ao rigor do Nippon Sumo Kyokai - Associação Japonesa de Sumo - em face de um lutador que tem apenas 19 anos, ou seja, menor pela lei japonesa. O presidente da associação na época, Kitanoumi, afirmou que maior ou não, o que importa é apenas o fato de se tratar de um Sekitori, mostrando o quão responsável deve ser um lutador de Sumo profissional.

Wakanoho entrou com uma ação de reparação de danos, afirmando que é um abuso de poder expulsar dos quadros da Associação por crime que lesa apenas à sua pessoa.

Para melhorar o trabalho da NKS, decidiu-se então incluir pessoas civis, fora do mundo restritíssimo do Sumo, para compor os quadros da diretoria. O que com certeza modernizará o Oozumo dando muito mais flexibilizadade, por exemplo.

O que aconteceu foi um grande absurdo! Os lutadores não podem ter acesso a drogas de modo algum, e se o teve, é culpa da NSK. Na remediação, entretanto, acredito que ela acertou. É preciso reprimir exemplarmente o uso de tóxicos, com rigor e força.

Mas acrescento: a NSK deveria agir assim contra outras infrações disciplinares graves, como as já costumeiras mal-criações dos lutadores mongóis.

Quanto à modernização do Oozumo, acho bastante oportuna e que já deveria ter acontecido antes. Assim, o caso da morte do lutador de 17 anos do Tokitsukaze beya poderia ter sido evitado.

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